A arte da Harmonização

O complemento que a bebida traz ao prato proporciona sensações únicas ao paladar

Não existe uma regra geral sobre harmonização, afinal, quando falamos sobre paladar, estamos falando sobre um campo muito diversificado, que varia muito de pessoa para pessoa. A premissa fundamental dessa arte é combinar o alimento e o vinho, sem que nenhum dos dois se sobressaia entre os sabores apresentados.

A estrutura do prato e do vinho devem ser levados em consideração para a composição dos sabores, os elementos como temperos, acidez, aromas, doçura e intensidade são de extrema relevância nessa construção.

As formas mais comuns de harmonização são feitas por similaridade ou contraste. Quando a opção é similaridade, os sabores devem ser próximos, se complementando pelo que tem em comum. Já o contraste, como o próprio nome diz, busca o equilíbrio entre a comida e o vinho entre as distinções que cada um apresenta.

Com uma extensa carta de vinhos, aqui no Restaurante Vila Chã podemos oferecer aos clientes e amigos opções incríveis de harmonizações, com os diversos pratos de nosso cardápio. Venha fazer uma visita à nossa Casa Portuguesa, caso precise de ajuda na escolha, estarei a disposição para sugestões.

Mas, hoje vou deixar algumas dicas para vocês poderem propagar essa arte também em casa.

Quando for fazer a construção de um prato e um vinho lembre-se que uma sensação deve contrapor a outra. Primeiramente, deve-se equilibrar a dureza e a maciez. A dureza do vinho é constituída por seus taninos, pela acidez e pelo sabor. Já a dureza da comida é composta por tendência ácida e amarga. O oposto disso na bebida é a doçura e o álcool e nos alimentos é a gordura e o sabor doce.

Para uma comida gordurosa , o ideal é contrapor um vinho de grande frescor, por uma tendência muito simples: a gordura seca o paladar e a acidez faz salivar, limpando a boca. Essa ideia se repete também para a dureza da comida, que temos que equilibrar com a maciez do vinho.

Portanto, para acertar na harmonização, procure provocar sensações opostas entre os vinhos e os alimentos. Se optar por uma harmonização por similaridade, procure associar características em comum, por exemplo, se a comida for estruturada, mais estrutura o vinho deve ter.

Produção de vinhos: Conheça alguns tipos de uvas

A variação do fruto, o modo de produção e a identidade da vinícola compreendem na diversidade de rótulos

Como um bom apreciador de vinhos, gosto sempre de ter experiências diferentes a cada degustação e por isso sempre me permito fazer diferentes harmonizações. As características de cada rótulo são o que permitem as novas descobertas e essas peculiaridades são proporcionadas por uma série de fatores e um deles é a variedade de uvas utilizadas na elaboração dos vinhos. Por isso, hoje eu trouxe um pouco sobre as castas mais conhecidas nesse processo. Conheça:

Chardonnay: são as uvas mais conhecidas na produção dos grandes vinhos brancos e aos excelentes espumantes. Se adapta facilmente aos diferentes tipos de solo e clima, por isso é cultivada na maioria das regiões vitivinícolas do mundo e produz diferentes tipos de vinhos, desde os leves, frescos e frutados para serem consumidos jovens, até os encorpados e complexos.

Cabernet Sauvignon: Esta é a cepa mais conhecida entre as produções de vinhos tintos e uma das uvas de maior prestígio, que podem ser cultivadas em diversas regiões de climas temperados e quentes. Os rótulos oriundos dessa variação são complexos e elegantes, ideais para amadurecimento em carvalho que, com o tempo, desenvolvem o equilíbrio característico de amargor e aroma.

Sauvignon Blanc: De origem francesa e com grande prestígio, esta uva produz rótulos com aromas intensos e acidez características, secos e refrescantes, carregam traços frutados. Além da tradicional região produtora, a Nova Zelândia é o país do novo mundo que mais se identifica com esta cepa, com colheitas em diferentes estágios de maturação, elaborando produtos de alta qualidade

Malbec: É a uva tinta cultivada na Argentina e produz os emblemáticos vinhos desse país. Com cor intensa e frutados, os rótulos produzidos desta uva são intensos e macios e possuem tons florais como de violetas. A complexidade e elegância pode ser alcançada com o amadurecimento em carvalho e com isso vinhos de alta qualidade reconhecidos mundialmente.

Merlot: Originária de Bordeaux (França) produz vinhos sedosos e com aromas de frutos vermelhos maduros. Amadurece muito bem em carvalho, obtendo complexidade e elegância com bom potencial de guarda.

Pinot Noir: Apta para o cultivo em climas frios, produz vinhos leves e meio encorpados, com aromas muito acentuados e elegantes na composição. Esta cepa é caracterizada pelas variações do cultivo de sua origem, a Borgonha na França e também faz parte dos excelentes espumantes de Champagne, combinada com outras variações.

Syrah: Com origem ainda muito discutida, é considerada uma das mais antigas uvas que se tem conhecimento. Os vinhos são estruturados, perfumados e com bom potencial de guarda, segundo seu tipo de elaboração. No Novo Mundo se destaca na Austrália, onde é comum achá-la em cortes com Cabernet Sauvignon.

Carménère: De procedência francesa, apareceu no Chile cultivada junto à Merlot e é responsável pela produção de vinhos, com notas de frutas vermelhas e especiarias, de cor intensa e com boa estrutura tânica.

Espero ter esclarecido algumas dúvidas e deixo o convite para apreciarem os rótulos incríveis produzidos em todo o mundo com essa variações de castas, encontre o que mais te agrada em meu Empório e saúde!